CHAPAS Club https://clubechapas.pt CHAPAS Club Website Tue, 12 Jul 2022 21:12:05 +0000 en-GB hourly 1 https://clubechapas.pt/wp-content/uploads/2021/02/cropped-Logo_CHAPAS-e1613477903566-32x32.png CHAPAS Club https://clubechapas.pt 32 32 Clube Chapas resgata em Itália uma apólice de seguros portuguesa de 1799 https://clubechapas.pt/en/clube-chapas-resgata-em-italia-uma-apolice-de-seguros-portuguesa-de-1799-2/ Tue, 12 Jul 2022 21:07:21 +0000 https://clubechapas.pt/?p=1272

O Clube Chapas arrematou, num leilão em Itália, um documento que é uma apólice do seguro de fogo da sociedade Caldas, Machado, Gildemeester, DLZ, e Companhia, firmada com Jozé João Dias da Silva, em 25 de novembro de 1799, garantindo o risco contra fogo de uma propriedade de casas na Rua Augusta.

A Caldas, Machado, Gildemeester, DLZ, e Companhia, fundada em 1792, é uma das mais antigas sociedades de seguros em Portugal, só precedida pela Companhia Permanente de Seguros em Lisboa, que surgiu um ano antes.

A aquisição verificou-se junto de um leiloeiro italiano no passado dia 10 de maio, “dia em se completaram 729 anos de história do seguro em Portugal” garante Vitor Alegria, por a história se ter iniciado com a designada Bolsa Dionisina, decretada por D. Dinis em 10 de maio de 1293 e que impunha mesmo uma multa para quem não cumprisse as suas disposições legais.

A apólice, datada de 1799, retrata a forma de contratação do risco e respetiva avaliação, e o documento é encimado pelas letras “JMJ” que traduziam a fé na proteção divina sobre o risco, ao invocarem “Jesus, Maria e José”. Na iconografia da sociedade de seguros identificam-se os dois riscos que se protegiam à época, o marítimo e o fogo.

O documento é encimado pelas letras “JMJ” que traduziam a fé na proteção divina sobre o risco, ao invocarem “Jesus, Maria e José”

A imagem do símbolo da Caldas, Machado, Gildemeester pretende transmitir a ideia de segurança e justiça em caso de ocorrência de sinistro, com estes bons valores ligados, acorrentados, à mesma. Curiosamente, esta iconografia é parcialmente reproduzida na capa da obra de referência de Oliveira Marques “Para a História dos Seguros em Portugal – notas e documentos”.

Comentando a descoberta e a sua aquisição, Vítor Alegria, cofundador e presidente do Clube Chapas, reafirmou “a determinação da equipa que lidero na salvaguarda da história do seguro em Portugal e promete perseguir outros achados”. O CHAPAS – Clube História e Acervo Português da Atividade desenvolve há mais de uma dezena de anos um trabalho de recolha, preservação e divulgação da história do seguro em Portugal.

Publicado a 19 maio 2022, em:
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Prémio pelo Seguro? https://clubechapas.pt/en/premio-pelo-seguro-2/ Thu, 29 Apr 2021 15:36:39 +0000 https://clubechapas.pt/?p=555

Pelos que iniciam uma experiência de trabalho no mercado segurador,  por comuns cidadãos que contratam um seguro, e até pela douta dúvida do humorista Ricardo Araújo Pereira, na sua intervenção no Altice Arena  em 19/10/2019, acaba por ser perguntado: “porque se paga um prémio à seguradora?”

Pedro de Santarém, jurisconsulto português, escreveu em 1552 o primeiro tratado que versa sobre a atividade seguradora, e definiu na sua obra de forma brilhante e atual: “o seguro é a convenção pela qual, convencionado o preço de um risco, um toma sobre si o infortúnio de outro”.

Na época de Pedro de Santarém “prémio” de seguro era em latim “Pretium”.

Recibo da Probidade, companhia adquirida em 1925 por A Mundial e cuja eventual memória está na atual Fidelidade. Em 1922, prémio já era escrito em português corrente.

Pela evolução e sentida especialização da atividade seguradora, nos finais do século XVII,  foi abandonado o termo “Pretium” dando lugar à palavra “Praemium”, pela capacidade intrínseca em definir melhor o preço do seguro.

No século XIX, os tratados deixam de ser escritos em latim passando a ser opção na língua nacional de cada país. É na passagem do latim para as línguas das nações que é encontrada  a palavra “prémio”.

No século XX, em Portugal, o valor que o segurado paga à seguradora, determinado por um contrato de seguro, designa-se por “prémio”.

Em 1926, o Jornal de Seguros, na sua edição comemorativa do décimo aniversário, publica um artigo designado “Prémio” e chama à colação que “o nosso prémio não é mais que a tradução literal do prime francês na acepção de primeiro, de avançado, de antecipado ou no sentido amplo: de pagamento antecipado”.

A ideia de pagamento adiantado acaba por difundir-se na terminologia de vários países. Em Portugal “prémio”, em França “prime”,  “primium” em inglês, “prima”  em língua castelhana, “premio” em italiano.

Em Inglaterra em 1933 já se usava Premium, a designação atual.

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa define “Prémio” como sinónimo de distinção ou recompensa pecuniária ou outra que se confere a quem sobressai por qualquer trabalho científico, artístico… ou por outros méritos”. Decorre ainda que é o “pagamento  efetuado pelo segurado à companhia seguradora  e, graças ao qual, adquire o direito a uma indemnização em caso de acidente”, a título de exemplo do seguro automóvel.

Gostaria de aproveitar o sinónimo de “Prémio” enquanto “distinção ou recompensa pecuniária ou outra que se confere a quem sobressai por… outros méritos”.

Será que a atividade Seguradora não merece esse mesmo prémio pela importância socio-económica e estabilidade de um País? Poderá ser um tema para outro artigo de opinião… pelo seguro.

Publicado a 5 novembro 2020, em:
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Da Propaganda à Publicidade do Seguro https://clubechapas.pt/en/da-propaganda-a-publicidade-do-seguro-2/ Thu, 29 Apr 2021 15:34:37 +0000 https://clubechapas.pt/?p=553

Nem sempre se chamou propaganda, nem sempre se chamou publicidade, mas o seguro sempre esteve presente, em ambos os tempos.

Até ao início do século XX o ato de anunciar, difundir ou tornar público designava-se por propaganda, onde se incluiu o ato de propagar uma ideia comercial. Com a I e II Guerras Mundiais, o termo propaganda acaba por assumir vincadamente a ação de difundir uma doutrina ou ideologia política, como foi o caso da Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos da América, surgindo em alternativa o termo publicidade.

Campanhas de Raul de Caldevilla: O primeiro publicitário português profissional também trabalhou a comunicação de seguros.

Edward L Bernays, autor da obra “Propaganda”, referiu o termo publicidade enquanto a “nova propaganda” (Bernays 1928: 28). O termo propaganda vem a ser abandonado como sinónimo de publicidade e relações públicas. Há que reconhecer a partilha de técnicas semelhantes pela Propaganda e Publicidade, mas a sua dissociação em termos de conceitos.

Publicidade assume o papel de mensagens pagas para atração e chamamento ao consumo, enquanto propaganda assume o papel de mensagens de publicidade não comercial, antes de doutrinação politica e ideológica.

As empresas de seguros, desde sempre, sentiram a necessidade de anunciar à sociedade, a sua marca, a sua robustez financeira e as várias modalidades de seguros.

Nas memórias desta indústria é notória a tradição em consciencializar os cidadãos para a importância da proteção, segurança e estabilidade que advém da contratação do seguro, nas diversas etapas da sua vida pessoal e profissional.

Bloco de notas de A Pátria, companhia alentejana de seguros, fundada em 1915.

Na imprensa escrita, recuando ao século XIX, todos os jornais que reservavam espaço a publicidade têm as companhias de seguros como clientes. O jornal “Diário Illustrado”, na sua edição de 6 de outubro de 1872, com uma tiragem de 11.500 exemplares, apresenta mais de meia página com a propaganda ao regulamento de “A Protectora, Companhia de Seguros de Remissão de Recrutamento”.

No “Almanach Comercial de Lisboa”, de 1884, a Companhia Portugueza de Seguro de Vida de Animaes, utiliza a propaganda para fazer saber que “tomam-se seguros contra o risco de morte nos animais de todas as espécies existentes em qualquer parte do país”.

“É inquestionável que o desenvolvimento do ramo de seguros depende quase exclusivamente de uma ativa e bem orientada propaganda”, assim se escreveu no Jornal de Seguros, na sua edição de 15 de Abril de 1906, no interessante artigo com o título “Propaganda de Seguros”. Este artigo instiga a que as instituições de seguros, utilizem a propaganda para mostrar as vantagens superiores que o seguro oferece à economia.

“Não pode nem deve uma companhia limitar-se a esperar pelos seguros que espontaneamente lhe apareçam, nem limitar a sua iniciativa a lutar contra as suas rivais, numa concorrência, quando não desleal, pelo menos incorreta”. “A propaganda não deve ser de companhia contra companhia.”

É ainda feito um apelo, no sentido de que a propaganda deve visar um sentido alto e nobre, utilizar meios dignos e bons, para se alcançar um verdadeiro desenvolvimento da importante instituição económica que é o seguro.

E, quando a propaganda passa a ser sinónimo de mensagem ideológico-política, e a publicidade se centra mais no apelo ao consumo, eis que o “Jornal de Seguros”, de 30 de setembro de 1912, publica o artigo “A Publicidade”: Em Paris, na Escola de Altos Estudos Comerciais, acabava de ser criada uma cadeira de Publicidade.

As seguradoras colocavam os seus símbolos nos bens segurados. Na fachada de edifícios ou nas grelhas dos automóveis.

As referências na publicidade dos seguros em Portugal são variadíssimas, mas importa referir os cartazes de grandes dimensões muito utilizados no início do século XX para passar mensagens comerciais, nomeadamente na indústria seguradora. A primeira figura da “publicidade científica” em Portugal, foi Raul de Caldevilla.

Da sua agência, no Porto, a partir da segunda década deste século saíram magníficas obras de cartazes sobre seguros, constituindo atualmente um excelente registo histórico para estudo e inspiração.

Para a notoriedade da sua marca, as Seguradoras portuguesas criaram, ainda, as chapas de seguros afixadas nos prédios exibindo os seus símbolos e dando indicação que garantiam o risco em caso de incêndio, ou por aquelas outras, de dimensões mais reduzidas do ramo automóveis, fixados na grelha de radiador ou colocadas num especial suporte nos para-choques. Existiram ainda, o anúncio no verso do bilhete de elétrico, o grande néon num telhado de um prédio na baixa de Lisboa, os reclamos de agentes e agências da companhia de seguros, e sempre a publicitação nos jornais, até à era digital.

Atualmente o imperativo das Seguradoras, em suscitar a necessidade de aquisição pelo público-alvo dos seus produtos em nada mudou, sendo, entretanto, notória a evolução na utilização de vários meios que integram o conceito de marketing.

Publicado a 15 dezembro 2020, em:
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